Vai começar o Desafio dos Vulcões

Cinqüenta equipes disputam a corrida na Patagônia. Percurso deve ser cumprido em, no máximo, uma semana

Fábio Vendrame

Maluquice – Corajosos vão enfrentar tirolesa, rappel, costeira...

SÃO PAULO - A partir de domingo, a travessia de 550 quilômetros na Cordilheira dos Andes, a cadeia montanhosa mais extensa do planeta, fará bater mais forte o coração dos integrantes das 50 equipes envolvidas no Desafío de los Volcanes (Desafio dos Vulcões), uma das corridas de aventura mais prestigiadas do mundo. A largada terá lugar em San Martín de los Andes, na Argentina, e a chegada, em Pucón, no Chile.

As duas cidades são os únicos pontos divulgados até o momento. O mapa completo do percurso, na Patagônia, só será entregue aos participantes na véspera da largada, quando as equipes ficarão a par de como vai se desenrolar a prova e terão de decidir a estratégia a ser adotada. Cada time é composto por quatro integrantes - e ao menos um deles deve ser do sexo feminino.

A organização da 7ª edição do Desafio dos Vulcões investiu US$ 800 mil no evento e vem divulgando que esta tem tudo para ser a mais bela prova de todos os tempos em termos de cenografia. Picos nevados, lagos formados por água do degelo dos Andes, monstruosas geleiras, vales verdejantes e, claro, muitos vulcões compõem a paisagem da Patagônia, região que abriga a corrida de aventura.

Tais cenários estão sob proteção de reservas naturais, tanto do lado argentino como do chileno. E empolgam os participantes. ´Dos lugares que conheci até hoje, a Patagônia é o mais bonito do mundo: a região tem uma natureza fantástica´, diz Pablo Bucciarelli, de 32 anos, capitão da equipe Trópicos Eletrobrás, um dos 12 times inscritos para representar o Brasil.

Extremamente técnica, a competição requer uma logística toda especial. Orientação, trekking, mountain bike, canoagem, costeira (caminhada por encostas de lagos e rios) e técnicas verticais (rappel e tirolesa) serão as disciplinas exigidas.

As condições inóspitas da Patagônia também pesam. Os participantes terão, por exemplo, de encarar variações de altitude (acima dos 2 mil metros) e oscilações bruscas de temperatura. ´Em poucas horas, as condições climáticas podem variar de 40 graus seco para 10 graus negativos´, afirma Bucciarelli. ´Não tem nada de lazer, o sacrifício é muito grande.´

Para a maioria dos atletas, a superação pessoal é justamente o grande atrativo do Desafio dos Vulcões. ´O que mais me atrai é a chance de testar meus limites físicos e psicológicos praticando esporte em contato com a natureza´, diz Sidney Togumi, de 33 anos, membro de outra equipe brasileira, a Ortobom Upfit. ´Além, é claro, de conhecer lugares maravilhosos a que poucos turistas têm acesso.´

Essa corrida maluca, de homens e mulheres loucos por adrenalina, será disputada ao longo de uma semana. Nesse período, além da logística e dos esportes radicais, eles terão de cumprir, obrigatoriamente, um total de 15 horas de descanso (pouco mais de 2 horas por dia). Os vencedores embolsarão um prêmio de US$ 15 mil. E, no dia 31, serão declarados os novos heróis do mundo da aventura.

Fonte: Jornal Estadão